Menta: Frescor, Magia e a Lenda da Ninfa Transformada

Entre as ervas mais conhecidas por seu aroma refrescante e sua presença marcante em infusões, a menta guarda uma história antiga e um simbolismo profundo no universo mágico e mitológico. Muito além de seu uso na cozinha ou na fitoterapia, essa planta é carregada de significados e poder.

A mitologia de Mentha

Na Grécia Antiga, Mentha (ou Mintha) era uma ninfa associada aos rios e às plantas aromáticas. Segundo o mito, ela foi amante de Hades, deus do Submundo. Quando Perséfone, esposa de Hades, descobriu o caso, a história varia: em algumas versões, ela transformou Mentha em uma planta rasteira como punição; em outras, foi a própria deusa Deméter, mãe de Perséfone, que amaldiçoou a ninfa.

Hades, porém, impediu que ela fosse completamente destruída — e, por compaixão ou arrependimento, deu à planta um aroma tão agradável que seria lembrada por todos os tempos. Assim nasceu a menta, planta que guarda em seu perfume a lembrança de uma paixão proibida e uma alma transformada.

Essa origem confere à menta uma forte ligação com o reino dos mortos, com o amor, a transformação e a memória. Na Antiguidade, era comum o uso de ramos de menta em rituais fúnebres, simbolizando purificação e passagem.

Usos mágicos da menta

No campo da magia, a menta é considerada uma erva poderosa de limpeza, proteção e vigor mental. Suas propriedades incluem:

  • Purificação de ambientes e corpos sutis
    Queimada como incenso ou usada em banhos, a menta afasta energias densas e revitaliza o campo energético.

  • Clareza mental e foco
    Seu aroma estimula a mente, aumenta a concentração e ajuda a afastar pensamentos negativos ou obsessivos.

  • Proteção espiritual
    Carregar folhas de menta ou usá-la em feitiços cria uma barreira contra influências espirituais indesejadas.

  • Fortalecimento psíquico
    Em rituais lunares ou de necromancia, a menta pode ser usada para fortalecer a conexão com o mundo espiritual, com os mortos e com os deuses ctônicos.

Presente nas velas de Hécate e de Hades

Devido ao seu forte simbolismo ctônico e sua associação com a transmutação e os caminhos do Submundo, a menta está presente em duas criações especiais:

  • Vela de Hécate – onde seu poder de purificação e proteção auxilia a abrir os portais entre os mundos, guiar os caminhos ocultos e fortalecer a energia da Deusa dos Limiares.

  • Vela de Hades – evocando a memória da ninfa Mentha e honrando o Senhor do Submundo, a menta traz o frescor da transformação e a conexão com os mistérios da morte e renascimento.


 

A menta é mais do que uma erva refrescante, ela é uma ponte entre os mundos, entre a dor e a beleza, entre o que morre e o que renasce.
Ao acender uma vela com essa planta, você não está apenas perfumando o ambiente, está invocando memórias antigas, mitos eternos e poderes que sussurram do Submundo.